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Bat-Sheva Dagan - Sobrevivente e pioneira no campo do ensino do Holocausto

Nascida em setembro de 1925, como Izabella Rubinstein, com o tempo ela veio a mudar de nome passando a adotar ainda o sobrenome de seu marido tornando-se conhecida então como Bat-Sheva Dagan. Vindo de uma família sionista tradicional, que vivia em Lodz, na Polônia, seu pai, Szlomo-Fiszel Rubinsztajn, era dono de uma oficina de tecelagem e sua mãe, Fajga, era costureira. Bat-Sheva tinha cinco irmãos e três irmãs. Um de seus irmãos, Cwi (Zvi) imigrou para a região da Palestina antes mesmo do início da guerra. Quando a guerra teve início outros quatro irmãos de Bat-Sheva e sua irmã mais velha fugiram para a União Soviética. Em abril de 1941 os demais integrantes da família se mudaram para Radom, estabelecendo-se na região central da Polônia. Aquela área passou a se tornar conhecida como o “grande gueto”. Também houve um local que ficou conhecido como o “pequeno gueto”, mas nas duas localidades os judeus eram proibidos de sair delas. Nesse período Bat-Sheva juntou-se a um grupo de estudo de jovens que se reuniam secretamente, já que isso fora proibido pelos nazistas. Usando documentos “arianos” falsos, Bat-Sheva foi enviada para o gueto de Varsóvia por Shmuel Breslaw, um instrutor do grupo Shomer Hatzair. Em agosto de 1942, Bat-Sheva e sua irmã mais nova, Sabina, foram transferidas para o pequeno gueto. Seus pais e irmã mais velha foram enviados para Treblinka, onde foram assassinados. Bat-Sheva e Sabina decidiram fugir para a Alemanha. Elas definiram que seria melhor irem separadas, para evitar levantar quaisquer tipos de suspeitas. No entanto, Sabina foi baleada e morta ao tentar sair do gueto. Chegando a cidade de Schwerin, portando documentos falsos, Bat-Sheva conseguiu trabalhar como empregada doméstica para uma família nazista. Quando seu truque foi descoberto, ela foi presa e transferida de uma prisão para outra. Em maio de 1943, Bat-Sheva foi enviada para Auschwitz-Birkenau. “Eu não sabia nada sobre Auschwitz antes de ser enviada para lá. Uma vez lá, fui transformada de agradável jovem em uma prisioneira. Eles tatuaram meu braço, rasparam o cabelo, tiraram minha roupa, me deram trapos de prisão e me enviaram para trabalhar.” No campo ela realizou trabalhos forçados no hospital: esvaziando baldes de latrinas e verificando a morte dos pacientes, medindo suas temperaturas com o toque de sua mão. Em Auschwitz ela também chegou a trabalhar no “Canadá”, que era o local onde se classificavam as roupas das vítimas que chagavam no campo. Este local era assim chamado, porque o Canadá era visto como uma terra de abundância e muitos dos SS no campo enriqueceram furtando bens que eram abandonados pelos prisioneiros. Em janeiro de 1945, Bat-Sheva foi enviada em uma “marcha da morte”. Sobre esse episódio, ela recorda-se: “Era tão difícil e tão frio. Aquele que não pudesse marchar recebia uma bala na cabeça. Aqueles que sobreviveram foram levados em um trem para Ravensbrück, em seguida para Malchow – no norte da Alemanha”. No dia 2 de maio de 1945, Bat-Sheva finalmente foi libertada pelas tropas aliadas. Ela foi para Bruxelas, na Bélgica, onde conheceu seu futuro marido, um soldado do exército britânico – que lhe deu o visto para ir para Eretz Israel, onde ela foi viver com seu irmão Cwi. Em 1958 seu marido veio a falecer. Bat-Sheva cuidou de seus dois filhos, completou seus estudos acadêmicos e trabalhou na área da educação infantil. Ela também viajou para o exterior como emissária da Agência Judaica. Bat-Sheva foi uma pioneira no campo do ensino do Holocausto para as crianças. Ela escreveu livros infantis, bem como um livro de poesia documental para adolescentes e adultos, que descreve suas experiências durante o Holocausto. Bat-Sheva também já contou sua história de vida para inúmeros soldados do exército israelense e estudantes de Israel e do exterior. Ela também já retornou algumas vezes até Auschwitz-Birkenau. Sobre o trabalho que vem desenvolvendo ela faz a seguinte reflexão: “Desde então tenho me dedicado a educar os jovens sobre esta atrocidade – o Holocausto – e só posso esperar que a humanidade rejeite ações semelhantes no futuro. Olhando para trás, há um sentimento de vitória. Uma vitória pessoal e uma vitória coletiva.”

Imagem de Bat-Sheva Dagan, em 2012.


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