top of page

INTRODUÇÃO

Na cidade da Colônia, na Alemanha, foi encontrado em um sótão onde os judeus se abrigavam dos soldados nazistas um grafite, que guardava os seguintes dizeres: “Creio no sol, inclusive quando não brilha. Creio no amor, ainda que nem sempre o sinta. Creio em D’us ainda que também Ele esteja em silêncio.” Em meio a tantas adversidades é admirável que um povo que foi massacrado quase ao extermínio ainda assim foi capaz de encontrar forças para manter sua fé e seus valores morais e éticos, buscando sempre contribuir inexoravelmente para o crescimento e desenvolvimento humano e das nações. Um episódio que reforça essa ideia de superação e que ainda traz até mesmo uma abordagem diferenciada sobre a questão dos sobreviventes do holocausto, é referente a um encontro entre o ex-prefeito de Nova Iorque Ed Koch, que era judeu, e o rabino Israel Meir Lau. Antes de relatar este encontro, é importante apresentar rapidamente quem é o rabino Lau. Quando ele ainda era uma pequena criança, Lulek, como era conhecido, passou pelo campo de trabalhos forçados em Czestochowa e pelo campo de concentração de Buchenwald. E após passar pelos horrores do holocausto, onde perdeu alguns de seus familiares mais próximos, ele veio para a região da Palestina logo após a guerra e posteriormente formou-se como rabino em Israel, sendo ele a 38ª geração de uma cadeia ininterrupta de rabinos em sua família. Atualmente ele ainda responde como rabino-chefe da cidade de Tel Aviv e preside o museu do Holocausto (Yad Vashem), em Jerusalém. E entre os anos de 1993 e 2003 ainda atuou como rabino chefe ashkenazi do Estado de Israel. Tendo então uma rápida noção da grandeza e das vivências do rabino Lau, retomamos então a história sobre seu encontro, atendendo ao convite do então prefeito de Nova Iorque Ed Koch. Sabendo que Ed havia nascido na região do Bronx, em Nova Iorque, o rabino ficou intrigado quando o prefeito lhe disse que ele também era um sobrevivente do Holocausto. Estando certo que sua fala poderia ter causado estranheza, Ed disse ter participado de uma delegação composta de prefeitos de diversas localidades do mundo, para visitar Berlim. Durante a viagem eles tiveram a oportunidade de conhecer o famoso globo que ficava no escritório de Hitler, onde estavam escritos diversos números com a representação de quantos judeus viviam em cada país. Na região da Palestina, por exemplo, constava o registro de 500 mil judeus, na Albânia estava anotado o número 1 e nos Estados Unidos a anotação indicava que lá vivam 6 milhões de judeus. “Eu sou um deles, Ed Koch, do Bronx, de Nova Iorque”, disse o prefeito! Continuando sua fala, Ed disse que se os nazistas não eram capazes de ignorar sequer um único judeu que vivia na Albânia, ele também teria sido um alvo de perseguição, caso os alemães não tivessem sido derrotados na guerra. Portanto a afirmação de que ele também era um sobrevivente, apesar de parecer estranha, não estava equivocada. Apesar das vivências destes dois judeus serem tão distintas, o rabino concordou e ainda agradeceu pela lição que havia aprendido com o prefeito, chegando a lhe afirmar que de fato “todo o judeu, não importando aonde ele viva, é um sobrevivente do Holocausto”. E com o propósito de reforçar essas importantes lições e de resgatar a história de alguns sobreviventes para que possam ser lembradas pelas futuras gerações, apresentamos essa obra, que é resultado de um nobre projeto que ainda apresenta alguns relatos de pessoas que conseguiram de alguma forma superar as adversidades vividas e deixaram legados belíssimos, com ensinamentos universais que merecem ser resgatados e preservados.

Featured Posts
Recent Posts
Search By Tags
No tags yet.
Follow Us
  • Facebook Clean
  • Twitter Clean
  • Instagram Clean
  • White YouTube Icon
  • RSS Clean
bottom of page